Coração cativo





Quando há confiança não se dúvida das palavras, mesmo que sejam absurdas as promessas e o lisonjeio, a confiança não duvida da boca que já cativou o coração do incauto, a presa vitimada que se oferece dia após dia esvaziando - se para que seus donos tenham seus desejos de liderança em plena satisfação. 

Momento deslumbrante este quando o auditório fixa a atenção no poder do discurso. Não é necessário levar ninguém à lugar algum, basta permitir que alguém pense que irá chegar ao destino que lhe e prometido através de construções de frases que conseguem fazer brotar uma esperança. Parece boa a intenção do brotar a esperança, porém mentiras são sempre mentiras mesmo que venham a soar como verdades, pode-se atribuir um cômico atributo à mentira, uma mentira boa ou verdade mentirosa, que faz bem aos ouvidos porém é veneno adoçado, satisfaz o paladar mais levará a morte do mesmo jeito. 


Ao subir em uma tribuna para discursar, se tem um objetivo em mente que é se fazer ouvir por aqueles que querem lhe ouvir e aqueles que não querem. A confiança de quem vai discursar é que não importa se querem lhe ouvir pois sempre querem ouvir alguma coisa. Ouvir algo que lhes façam sorrir, ou ouvir algo que lhes façam chorar, mais é certo que o público quer sentir algo ao deixar que as palavras entrem aos seus ouvidos. 


Ao perceber a necessidade que o ouvinte tem no seu interior de algo que não sabe descrever, mais está ali incomodando, das tribunas saem histórias que se encaixam com a necessidade de cada individuo como que uma revelação do seu mais íntimo pensamento. Antes fosse, mais na maioria das vezes são discursos que batizam com um nome próprio o sentimento de vazio, e criam o volume para preenche-lo, fornecem a solução, o remédio, desta forma a satisfação é total ao ponto de não mais fazer conta do discurso, mais confiar suas vidas ao que esbraveja as palavras. O efeito colateral será extenuante. 


Agora a alma foi conquistada e colocada para dormir, nada mais colocará ela em alerta, ou estado de atenção. O raciocínio e senso crítico jaz adormecido pelas palavras que precisava ouvir. Neste momento o púlpito pode pedir o que quiser, mandar para onde quiser, os ouvidos estarão como cativos a voz do seu líder, será mais um número na massa que segue sem saber para onde estão indo, apenas sabem que ouviram para seguir em frente.

Tenho ainda a esperança de que muitos ouçam a verdade e despertem da hipnose de muitos púlpitos tanto religiosos como políticos, descobrindo que muito do que ouviu não passou de “H”, e entenda que só "JESUS é o caminho a verdade e a vida." Porém é sabido que homens que aprendem a interpretar e perceber a sagacidade e malícia das palavras e resenhas infinitas, explorando a subjetividade dos diversos fatos da vida, não cairão em discursos falaciosos, socialistas, comunistas, ditatorial, sejam eles religiosos ou céticos, como todos que afunilam o discurso para o abstrato, quando se tem que tratar o concreto, usam isso como fuga, para que o ouvinte não compreenda a real intenção das palavras.


"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." 


O poder de bem Julgar e de distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina bom senso ou razão, é por natureza igual em todos os homens; e portanto que a diversidade de nossas opiniões não decorre de uns serem mais razoáveis que os outros, mais somente de que conduzimos nossos pensamentos por diversas vias, e não consideramos as mesmas coisas. Pois não basta ter o espírito bom, mas o principal é aplica-lo bem.(Renê Descartes, Discurso do Método, p.5, ed. Martins Fontes 2001)




Presbítero
Israel Lopes



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