Páscoa escravagista




"No dia seguinte, João viu Jesus aproximando-se e disse: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!"
(João 1:29)

A libertação de um povo, a saída de  vidas da escravidão, a esperança de uma nova vida em uma terra nova, a quebra do julgo imposto por tiranos do  trabalho forçado, privações e escassez, são assuntos ligados a mensagem de Páscoa. Ainda se poderia  citar diversos outros temas, e se observaria que nada tem com a história de paladares adocicados por chocolate.

Falar de Cruz, Cordeiro Pascoal e Salvação, é considerado coisa de fanático religioso até por cristãos. Consideram pessoas que tentam explicar as Escrituras por ela mesmo  geralmente como gente chata, sem instrução, pessoas que parecem querer estragar os momentos felizes dos outros, momentos estes que são fabricados pela indústria mentirosa do marketing. A cada ano, Páscoa subentende-se que estamos novamente em tempos de chocolate, coelho de páscoa, ovo de páscoa, colomba pascoal; Nada contra as pessoas gostarem das guloseimas, deliciosas e engordativas, apenas contra a sustentarem enganos e mentiras no lugar de verdades.

Embora não tendo nada contra pessoas que consomem  chocolates e derivados, apresento minha total indignação contra o trabalho escravo neste mercado, responsável pela infelicidade de milhões no mundo, já que possui como principal matéria prima o cacau, necessário para fabricação do chocolate e derivados, que ano após ano apoderam-se da comemoração da Páscoa, conseguindo apoio para expandir seus negócios lucrativos, Definitivamente um sacrilégio.

Chega a soar ironia, uma mensagem que prega a salvação e libertação como é a Páscoa, utilizada por inescrupulosos como marketing  para promover comércio desenfreado e escravidão em fazendas de cacau, aliás que prefiro chamar em verdadeiros campos de concentração. O mínimo que o mundo esperaria é que cristãos não favorecessem tamanha mentira pascoal. Alguns argumentos podem surgir questionando que o que se quer  dizer é se  não comeríamos mas chocolate,  ou então se não deveríamos mais consumir roupas, calçados, alimentos, pois como sabemos, muitos outros segmentos também utilizam de trabalho escravo, seria isto? Não é este o objetivo porém se seria extremamente maravilhoso se todos que soubesse a procedência escrava do serviço, não consumisse, mas é como pregar algo utópico.

Mas a cobrança aos cristãos, está relacionada sempre a proclamação da verdade, da verdadeira explanação sistemática dos símbolos bíblicos da Páscoa, pois a Páscoa é Bíblica e não da indústria alimentícia. É  também muito irônico o mês comemorativo iniciar-se com o dia da mentira, embora acredito que combina bem, pois a cada ano que se passa, quem deveria pregar a verdade sobre o Cordeiro Pascoal, semeia a mentira do Coelho da Páscoa.

Transformaram uma mensagem de libertação em mensagem de escravidão;
A Páscoa está relacionada a ervas amargas no Êxodo, esta é a única verdade que parece ser anunciada sobre  a Páscoa, só que na vida de quem trabalha como escravo nas plantações de cacau e não ao paladar adocicado do chocolate.

Boa Páscoa a todos!

Presbítero
Israel Lopes

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