Humilhação
“porque qualquer que a si
mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será
exaltado.” Lucas 18:14
O que é mais aceitável, um
pecador que se humilha ou um santo que se exalta?
“Eu oro você não, eu jejuo
você não, eu leio a palavra você não, eu estou sempre na igreja você não, eu
sou obediente ao ministério você não, por isto você vive todo enrolado, doente,
desempregado, nada dá certo na sua vida, não adora, cara de maracujá murcho,
olho de coruja no culto!”
Esta é a mensagem de muitos “pastores”
evangélicos “salvos” em suas obras nas igrejas de periferias do Brasil! Então,
o que é mais aceitável, um pecador que se humilha ou um santo que se exalta?
Ao ler as Escrituras
identifica-se a encarnação do espírito que operava nos fariseus na época de
Jesus em diversos pastores dos nossos dias. Lembrar-se do ditado de que um dedo
apontado para Igreja, é igual a outros três da mesma mão apontados para o
acusador, é importante. Também, da mesma
forma que por trás de uma Igreja abençoada tem um Pastor dirigido pelo Espírito
Santo, o contrário também é verdadeiro.
Ao se deparar com uma Igreja
para ser responsável da mesma, é comum os pastores se sentirem pressionados a
resultados diante dos ministérios que os ordenou ao cargo eclesiástico. O
problema é que neste momento, muitos ao invés de se humilharem e se por de joelhos
diante do Senhor da Obra, passam a confiar em suas vidas como verdadeiros
moldes para uma igreja saudável e feliz espiritualmente. Quando fazem isto se
deparam com o óbvio, os humanos são únicos, assim o que é difícil para uns pode
ser insignificantemente fácil para outros e o pior começa a acontecer, um
pré-julgamento sobre as vidas por parte do responsável pelo rebanho.
Existe um erro grave que
homens de Deus costumam cometer que na maioria das vezes leva-os ao fracasso
eclesiástico, embora continuem com suas vidas em pé diante do Senhor, suas
obras como responsáveis por pessoas fracassam e causam danos terríveis aos que
estiverem sob sua liderança. Destaquemos alguns pontos simples e não muito
demorados para compreensão neste breve texto.
Um Pastor deve usar as
regras contidas nas Escrituras, e estas regras devem ser analisadas a luz do
entendimento de Jesus e dos Apóstolos já que se trata de ensino às igrejas
cristãs e o Senhor da Igreja é Jesus Cristo. Este ponto é importante, pois a
maioria dos fracassos de igrejas evangélicas se dá por regras humanas, e
algumas vezes de forma destruidora, doutrina de demônios. Isto é muito sério,
pois diferente do que pensam muitos líderes evangélicos, a palavra de ordem não
é dele e sim de Deus, se um líder não tiver suas palavras afinadas e ajustadas
a Palavra de Deus, sabendo o que é e nem fazer separação sobre o que vem a ser
LEI, PROFETAS, EVANGELHO, EPÍSTOLAS, com certeza tentará fazer valer sua
própria palavra diante da Igreja, fazendo assim homens imitadores de homens e
não seguidores de Jesus Cristo e seu evangelho, mas sério ainda é quando os
mesmos começarem a instruir suas igrejas como os legisladores da LEI, ou
falarem como os PROFETAS, ensinarem um caminho de boas novas, um EVANGELHO
próprio do seu ministério que o ordenou e como golpe fatal tentar fazer a
Igreja ignorarem as Epístolas para se apegarem aos livretos bíblicos da
denominação, criados para “instruir” os membros do ministério. Na realidade um
pastor que seguir por este caminho estará fadado em levar a igreja sobre sua
responsabilidade ao fracasso espiritual.
Um Pastor jamais deve se
colocar como exemplo máximo a ser seguido pelo que ele é, porem, deve sim levar com seu exemplo mostrar quem ele segue, pois quem ele é, não
poderá ser maior do que o Senhor que ele segue, além do mais, entre os ensinos
bíblicos já temos um homem Apóstolo dos gentios que ordena que o imitem, os que
não conseguiram ver a Cristo. Então se tiver que imitar alguém seria os passos
dos apóstolos de Cristo, os homens do nosso tempo estão muito distantes da
qualidade e fidelidade Apostólica dos homens que o Senhor escolheu para andar
com ele no tempo da denominada Igreja primitiva. O exemplo do Apóstolo Pedro
deve ser considerado, pois o mesmo adverte utilizando-se do que disseram os
profetas e ele se coloca na posição de Apóstolo do Senhor, ele pode, pois assim
o Senhor Jesus o fez: “Para que vos lembreis das palavras que primeiramente
foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como apóstolos do
Senhor e Salvador.” 2
Pedro 3:2
Ao se colocar em oração,
jamais deve auto separar-se da condição de pecador quando lembrar-se da igreja
que está sob sua responsabilidade, pois ninguém
é pior ou melhor pecador, diante de
Deus, são todos pecadores, simples assim. No
caso da Igreja do Senhor, ela possui o próprio Senhor para advogar as sua causa;
além do mais, quando alguém se coloca em
condição de santo deverá expor toda a essência do Amor de Deus, como a plenitude da Graça do
próprio CRISTO expresso em obras, pois não
existe como alguém declarar-se santo em suas obras diante de Deus, já que as
Escrituras deixa claro que é Deus que os justiça, ou se é santo ou santificado.
Quando um pastor se coloca a parte do seu rebanho, começa a ser observado com
sacerdote, intercessor, responsável pela santificação dos homens. Isto é sério,
pois estes baluartes foram todos substituídos por Jesus Cristo e foi atribuído
à Igreja do Senhor Jesus a categoria de sacerdócio Santo, povo escolhido, assim
toda a igreja está no mesmo patamar diante do Senhor e neste patamar se incluem
os pastores, que neste contexto são trabalhadores da Obra do Senhor.
Na epístola aos efésios
temos claramente o destaque de que Deus colocou homens para exercer os ofícios na
sua Igreja, mas, além disto, não permite que os mesmos se separem do corpo que
é a Igreja, ou seja, eles fazem parte do corpo no toda a diferença entre os
separados para suas específicas funções está apenas no cuidado que terão que
ter com o rebanho de Cristo. Mas alguns
podem estar se perguntando sobre as declarações da própria Bíblia sobre o povo como
santo, irmãos nossos sendo identificado em textos como “os santos”, um texto
como este: “Todos os santos vos saúdam.” 2 Coríntios 13:13,
não pode ser interpretados para além de separados por Deus, isto devido a fé
única em Jesus Cristo que os dá a salvação e os mesmos passam a viver uma vida
diferente dos que Jesus não escolheu. Este
tipo de texto se interpreta também a luz das Escrituras quando colocado ao lado
de textos como escritos aos Gálatas:
“Digo,
porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a
carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se
um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo
Espírito, não estais debaixo da lei.
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.Gálatas 5:16-25
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.Gálatas 5:16-25
Como pode claramente ser
visto no texto, existe um estado continuo de aperfeiçoamento, um andar em
santidade, buscando a santificação, diferente do SANTO Deus em que não há sombra E
NEM variação de mudanças. O correto é que se Deus assim quisesse, sempre
encontraria nos seus escolhidos manchas que os impedirá de entregar um sacrifício
perfeito ao Senhor, graças a Deus que isto foi resolvido com o sacrifício de
Jesus Cristo nosso Senhor. Então levando em conta que o coração do homem é
enganoso e é sabido que todos os pecados partem do coração, Deus presencia os
pecados dos homens antes deles virem para luz, onde são expostos em obras. É
por tudo isto que não fica sacro e prudente um homem se colocar como o “santo”
separado do rebanho ao se colocar diante do Senhor para interceder em oração
pelo povo que o Senhor entregou sob sua responsabilidade. As palavras do
Apóstolo Pedro são válidas para este fim, quando se coloca como um dos
presbíteros ao se dirigir aos mesmos em suas epístolas e logo em seguida
recomenda que tome cuidado do rebanho como que não pertencente a eles, é uma verdade
absoluta pois pertencem todos ao Senhor Jesus Cristo:
Aos
presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com
eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há
de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado
dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo
pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo
ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa
da glória.1 Pedro
5:1-4
Uma das mais claras demonstrações
da condição errada que se colocavam os líderes religiosos nos tempos de Jesus
aqui na Terra, é sem dúvida a parábola da oração do publicano e fariseu:
E
disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram
justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo, para orar; um,
fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta
maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores,
injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na
semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em
pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito,
dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu
justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se
exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado. Lucas 18:9-14
Alguns homens realmente
creem que são justos e por isto transferem a culpa de erros a outros, como que
suas decisões sempre fossem assertivas ao ponto de não existir falhas diante do
Senhor. A ideia de não se achar como os demais homens tornam líderes que
poderiam ser uma benção nas mãos do Senhor, poderiam ser uma benção para
congregação, mas ao invés disto, tornam-se pessoas preconceituosas, orgulhosas
das suas obras e pior ainda, acreditam ser realmente dignos de salvação por
causa de suas obras. Quando um pastor transfere este pensamento para Igreja,
retira a Glória que seria para Deus e coloca em cima de si mesmo por causa de
suas obras. Se observarmos a oração do fariseu, vamos ver que ele
gradativamente eleva a gravidade dos erros até chegar ao publicano “ nem ainda
como este publicano. “ ou seja a
intenção estava clara, ele estava humilhando a condição do publicano. Após a
acusação direta dos erros alheios, seguem as obras que achava ele que
justificaria a presença de vida justificada de um homem diante de Deus: Jejuns,
dízimos: “Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo”.
Porem a oração mais sensata é aquela onde o homem se coloca no seu lugar de
criatura, pecador e reconhece o Criador com sua devida glória que só a ELE
pertence: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”
Então uma oração justificada
por Deus neste texto, não se baseia nas obras do homem, mas como este homem vê
suas obras, se ele vê como dignas e responsável pelo seu êxito na obra do
Senhor será um péssimo pastor e a igreja sob sua responsabilidade irá sofrer a arrogância
de suas palavras e decisões, mas se ele aponta aquele que é digno de toda a
Glória e honra e seu Espírito foi dado à Igreja para leva-la vitoriosa aos Céus
para com Ele estar para sempre e não se exclui da multidão de pecadores
remidos, o corpo, a Igreja de Cristo, o Senhor atenderá as necessidades deste
obreiro quanto a obra que ele precisará efetuar para o Reino de Deus e a Igreja
sob sua responsabilidade será uma Benção!
Então, o que é mais
aceitável, um pecador que se humilha ou um santo que se exalta?
O Senhor conhece o coração que se humilha diante dele, pois ele o Criador pesa a alma!
Presbítero
Israel Lopes